quarta-feira, 6 de julho de 2011

Milionário da Cobertura


Nos tempos em que punk e new wave eram termos gregos, e grupo que os usasse atraía aos shows meia dúzia de gatos-pingados (porém interessados), houve uma banda chamada The Way. Vestidos de preto, cabelos prateados, envoltos em fumaça, surgiram numa noite quente em novembro de 81, no Rio. Após ano e meio de esforços brochantes, com todas as portas fechadas para aquele tipo de rock - que a maioria dizia que não ia pegar -, sucumbiram e desapareceram.
Meados de 85. O som que anteciparam hoje é corriqueiro. Ressurgem com o nome Desaparecidos, mantendo um passo à frente - As melodias minimalistas enriqueceram, o andamento acelerou e o psicodelismo, que se insinuava de leve, incorporou-se de vez. E, de repente, uma nova mudança de nome, agora para Os Milionários da Cobertura.
A centelha disso tudo é o inglês Jonno Sullivan, guitarrista, letrista, gaiteiro e carpinteiro com oito anos de Brasil. Saiu da Inglaterra por causa da crise, mas antes viu o nascimento do movimento punk, com direito a shows dos desconhecidos Clash e Sex Pistols, Trouxe a "coisa" com ele. Logo conheceu o guitarrista Junyor Vidal e o baixista Key-Key Dantas, formando o The Way. Nunca ganharam um centavo com os shows da banda: as altas produções quase os levaram à falência. Hoje, como Os Milionários da Cobertura, os três continuam, só que Jonno agora apenas canta. Novo na turma é o baterista Mandrake. Com um contrato da WEA para um compacto com as músicas "Ela Não Quer" e "Tudo ou Nada", recicladas do repertório original, voltam à energia e esperança do início.

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